A Construção do Branding
“Branding: persuadir os de fora a comprar e persuadir os de dentro a acreditar” Wally Olins
Esta é uma das frases do especialista quando se trata de Branding. A qual é complementada por Philip Kotler ao definir o valor de uma marca: deve se diferenciar dos seus concorrentes tanto pela logomarca, qualidade do serviço, qualificação técnica dos profissionais e acima de tudo, pela construção e consolidação de sua identidade. Para Wally, fundador da conceituada consultoria de marcas que leva seu sobrenome, Wolff Olins, falar sobre marca e a construção do branding é entender que o design estratégico faz parte da identidade corporativa.
Para compreender melhor o conceito, é preciso entender como se dá o processo de construção de uma marca, composta pelo tripé: Definição do negócio, Posicionamento e Proposta de valor. O negócio deve informar de forma clara qual o produto ou serviço oferecido, o posicionamento é o que determina onde a sua marca estará na escolha do consumidor, relacionado diretamente as estratégias de reputação, onde a marca precisa mensurar e cuidar de todas as opiniões de seus serviços, a percepção que é a maneira que o público observa a marca, se líder de mercado, ou melhor no segmento, por exemplo e por último o slogan: que é o resumo do que a marca pode entregar ao consumidor. A Proposta de valor é basicamente resumida em qual benefício será entregue ao cliente que consumir a marca.
Dito isto, o termo Branding ou Brand Management pode ser traduzido para o português como gestão de marcas ou o ato de administrar a imagem de uma empresa.Para o pioneiro Wally, o sistema de identidade denominado design é o crucial, que produz a marca que está presente no cotidiano e na vida das pessoas, sendo experimentada a todo tempo.
O Branding é desenvolvido pelo profissional de marketing munido de estratégias, que quando bem construído deve atrair consumidores e fãs para a marca. Mais do que isso, o termo pode ser definido como o conjunto das ações diretamente relacionadas a gestão de marcas.Logo, a gestão de uma marca pode ser entendida como a criação e a manutenção de sua confiança, ou seja, a missão da empresa e o seu posicionamento devem ser coerentes e o que se vende deve ser cumprido.
Uma empresa com uma forte presença de mercado e posicionamento bem definido, geralmente é uma instituição cujos profissionais que lá trabalham absorveram totalmente a missão que a marca simboliza, por isso, todo processo de construção de identidade de uma marca é desenvolvido de acordo com o que a empresa acredita.
Para Wally Olins, gerenciar e construir o branding de uma empresa, seu planejamento e análise de estudos deve passar por onze etapas básicas, citadas a seguir:
- Análise dos quatro vetores: estudo e entendimento do Produto, qual o Ambiente que se vende o produto, o modo como a Publicidade/Comunicação é feita aos consumidores e o Comportamento dos gestores da marca/empresa;
- Arquitetura da Marca: como se dá a estrutura da marca. Corporativa, onde o nome e o design gráfico juntos descrevem o segmento e atuação da empresa. Validada ou endorsed, quando uma empresa possui diferentes marcas, cada qual com sua própria identidade. Individualizada ou branded, onde existe uma corporação gestora e que distribui cada marca diferente, a qual possui segmentação própria a seu determinado consumidor;
- Marcas inventadas e reinventadas: a primeira opção se dá quando uma marca é inserida a um mercado, ou seja, quando é novidade. O processo de reinventá-la parte-se da estrutura, cultura e reputação já existentes;
- Qualidade do produto ou serviço: A divulgação do serviço/produto deve especificar sua qualidade, seja ela maior que a dos concorrentes ou o valor mais competitivo do mercado, deve-se ser claro sobre este quesito;
- O que está dentro e o que está fora: Talvez esta seja a premissa do Branding, a marca tem duas funções primordiais que são: convencer quem está fora a comprar e persuadir quem faz parte dela, a crer no seu ideal;
- Diferenciação: Tudo é uma questão de atribuir um novo olhar a um produto ou serviço, se a marca tiver sucesso em realizar uma releitura a algo comum ou transformar um simples objeto em desejo de consumo, a marca possui um diferencia e uma identidade própria;
- Sair do óbvio ou romper com o padrão: para sair na frente da concorrência as vezes é necessário romper as convenções pré-estabelecidas e anunciar algo revolucionário e novo;
- Pesquisar para reduzir o risco: Analisar o mercado, mensurar dados, colher informações sobre o público seu segmento e as tendências, além de outros dados úteis, servem como base e de ferramenta para diminuir os riscos e ser mais assertivo nas ações do planejamento;
- A Promoção: de nada adianta pesquisar, planejar e desenvolver um produto ou marcasse esta não for divulgada a seu público de interesse, para tanto a publicidade/promoção é importante neste processo;
- Distribuição: para a perfeita gestão deste tópico é necessário conhecer o potencial do mercado de atuação, a capacidade de produção e principalmente a melhor logística, para abastecer os pontos de venda (PDV) e disponibilizar o produto na gôndola ao passo que toda comunicação for direcionada aos canais e impactar o consumidor para estimular a conversão do produto;
- Coerência e Clareza: a marca deve externar e reforçar a confiança, além de baseada na coerência de sua missão, imagem, posicionamento, segmentação, público alvo, enfim, deve manter uma unidade consistente de acordo com cultura divulgada e estampada em seu slogan.
Para concluir, o ativo intangível mais relevante de uma empresa é a sua marca e o branding é o gerenciamento deste principal componente de vital importância da corporação. O trabalho deve ser permanente e focado em ações estratégicas, que mantenham a imagem da empresa sempre em um lugar de destaque na lembrança do consumidor.